Riscos Psicossociais: Quando falamos sobre segurança e saúde no trabalho, o pensamento comum ainda remete somente aos riscos físicos, como acidentes ou doenças ocupacionais tradicionais. Porém, o ambiente de trabalho moderno trouxe à tona uma nova dimensão dos riscos! Estamos falando dos riscos psicossociais.
Nova NR-01 e a Gestão de Riscos Psicossociais: O que sua empresa precisa saber para se adequar
Esses riscos são silenciosos, várias vezes invisíveis e profundamente impactantes. Isso porque eles envolvem o estresse excessivo, o assédio moral, a pressão constante, a falta de suporte emocional e outros fatores capazes de comprometer seriamente a saúde mental e física dos colaboradores.
Com a atualização da nova NR-01, a gestão dos riscos psicossociais se tornou uma obrigação legal para as empresas. Eles devem ser avaliados, mapeados e controlados como qualquer outro tipo de risco ocupacional.
No conteúdo de hoje, a Qualitycert irá mostrar de forma prática o que são os riscos psicossociais, alguns exemplos concretos de como eles se manifestam no dia a dia das empresas e, principalmente, como é possível identificá-los antes que gerem danos à organização e às pessoas.
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O que são Riscos Psicossociais
Vamos lá, os riscos psicossociais são todos aqueles fatores relacionados à forma como o trabalho é gerenciado, organizado e vivenciado, que podem causar danos psicológicos, sociais ou físicos aos trabalhadores.
Ao contrário dos riscos físicos ou químicos, eles afetam primeiramente a mente e as emoções, mas além disso, seus efeitos podem se refletir também em doenças físicas, queda de produtividade e até mesmo em acidentes.
Entre os fatores psicossociais mais comuns podemos destacar:
- Excesso de demandas ou prazos inalcançáveis;
- Falta de controle sobre as atividades realizadas;
- Ambiguidade ou conflito de papéis;
- Falta de reconhecimento ou apoio por parte da liderança;
- Insegurança no emprego;
- Violência ou assédio moral e sexual.
Esses elementos citados acabam criando um ambiente de alta tensão, afetando diretamente a saúde mental dos trabalhadores, bem como a dinâmica da equipe.
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Exemplos de Riscos Psicossociais no ambiente de trabalho
Para compreender melhor, listamos alguns exemplos práticos de como os riscos psicossociais podem se manifestar:
Excesso de carga de trabalho
A partir do momento em que os funcionários precisam realizar uma quantidade desproporcional de tarefas em prazos apertados, sem contar com os recursos adequados, aparece o estresse crônico. A sensação de que nunca é possível “dar conta” mina a saúde mental e acaba levando ao burnout.
Falta de autonomia
Os trabalhadores que não têm poder de decisão sobre suas próprias atividades, sendo constantemente microgerenciados, podem acabar desenvolvendo sentimentos de frustração, inutilidade e ansiedade.
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Ambientes competitivos e tóxicos
A promoção excessiva dos ambientes “altamente competitivos”, no qual colegas são incentivados a competir entre si a qualquer custo, pode acabar gerando conflitos, agressividade e isolamento, ocasionando o assédio moral.
Falta de reconhecimento
Os esforços não reconhecidos levam à desmotivação e ao sentimento de invisibilidade no trabalho. Isso, a longo prazo, contribui para quadros de depressão e absenteísmo.
Insegurança no Emprego
Mudanças organizacionais frequentes, reestruturações sem uma comunicação clara ou mesmo ameaças constantes de demissão, podem gerar um ambiente de medo, capaz de afetar profundamente a saúde emocional dos trabalhadores.
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Os exemplos listados acima deixam claro que os riscos psicossociais nem sempre são óbvios, mas seus impactos são concretos e custosos.
Como identificar os Riscos Psicossociais na prática
A identificação dos riscos psicossociais necessita de uma abordagem sistemática e sensível. Não basta só observar o ambiente físico, é preciso ouvir, analisar relações interpessoais e entender a cultura organizacional.
Abaixo, estão algumas estratégias práticas:
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Pesquisas de clima organizacional
Realizar pesquisas anônimas para avaliar o nível de satisfação, percepção de estresse, apoio da liderança e qualidade das relações interpessoais é uma ferramenta essencial.
As pesquisas precisam conter perguntas bem específicas sobre respeito mútuo, pressão no trabalho, reconhecimento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Entrevistas e grupos focais
As conversas diretas com funcionários, em um ambiente seguro e confidencial, auxiliam a identificar fatores de risco não evidentes nas pesquisas. Grupos focais possibilitam a troca de experiências e revelam padrões comportamentais e culturais.
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Observação direta
Observar o comportamento cotidiano dos times é capaz de revelar indícios de riscos psicossociais. Equipes excessivamente silenciosas, constantes conflitos interpessoais, altos índices de absenteísmo e rotatividade são sinais de alerta.
Análise de indicadores de saúde
Os dados como aumento de afastamentos médicos, utilização de medicamentos relacionados a ansiedade e depressão, pedidos de demissão voluntária ou queda considerável na produtividade são indicadores indiretos de que existem fatores psicossociais em jogo.
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Avaliação de práticas de gestão
Revisar as práticas de liderança e gestão da empresa auxilia a identificar políticas ou comportamentos que podem estar gerando pressão desnecessária, insegurança ou mesmo conflitos internos.
Empresas que contam com lideranças autoritárias, metas inalcançáveis ou políticas punitivas tendem a apresentar mais riscos psicossociais.
A importância da identificação precoce
Detectar os riscos psicossociais logo no começo é vital para proteger a saúde dos colaboradores e proporcionar a sustentabilidade do negócio.
Problemas não identificados e não tratados podem evoluir para:
- Altos custos com afastamentos e tratamentos médicos;
- Queda considerável na produtividade e na qualidade dos produtos/serviços;
- Aumento de passivos trabalhistas por danos morais;
- Prejuízos à imagem e reputação da empresa.
Além disso, a nova NR-01 exige que os riscos psicossociais sejam formalmente incorporados aos Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR), sob risco de penalidades em fiscalizações.
As organizações que adotam políticas ativas de identificação e gestão de riscos psicossociais constroem ambientes mais saudáveis, fortalecem seu capital humano e acabam se destacando no mercado.
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